Visitar uma cidade não é o mesmo que morar numa, mas neste capítulo o Porto apresenta vários trunfos. Detentor de um importante polo industrial e do quarto município mais populoso do país, possui ainda uma vasta oferta educativa e cultural. Além disto, é uma cidade segura, com boas infra-estruturas, muitos restaurantes, lojas e locais de interesse.
No entanto, a escolha de uma nova residência não obedece a critérios tão genéricos, sendo um processo delicado com muitas variáveis a considerar.
Por isso, apresento-lhe, em detalhe, alguns dos tópicos essenciais para auxiliar a sua escolha, caso esteja a pensar morar no Porto:
Habitação: Encontrar casa para morar no Porto
Encontrar uma casa é um dos aspectos mais importantes se pretende morar no Porto. Aqui, é comum encontrar apartamentos de diferentes tipologias – T0, T1, T2, etc, dependendo do número de quartos – antigos ou modernos, com ou sem mobília. Tudo depende daquilo que procura.
Contudo, se pensa morar no Porto, tenha em atenção que, devido à forte procura, as rendas não são muito acessíveis (veja em baixo os preços médios). Em contrapartida, é mais barato que a capital, Lisboa.
Onde procurar casa no Porto
Pode iniciar a sua procura online, servindo-se de sites como o Custo Justo, o Imovirtual ou o Idealista.
Se preferir um processo mais personalizado, as principais imobiliárias com ofertas no Porto são a ERA, a REMAX e a Frontal. Existem outras possibilidades, mas estas são um bom ponto de partida.
Preços médios para alugar ou comprar casa no Porto
Os preços são sempre variáveis, e os valores abaixo não são exactos, mas, em média, conte com valores semelhantes:
Tipologia | Preço médio (Out. 2020) |
---|---|
Aluguer de um T1 (apartamento com 1 quatro) no centro da cidade* | 693€ |
Aluguer de um T1 (apartamento com 1 quatro) nos subúrbios* | 520€ |
Aluguer de um T3 (apartamento com 3 quatros) no centro da cidade* | 1263€ |
Aluguer de um T3 (apartamento com 3 quatrs) nos subúrbios* | 899€ |
* Números fornecidos pela plataforma global Numbeo
Já os preços médios para compra de casa são os seguintes:
Preço médio por m² para comprar casa na cidade do Porto ** | 2879€ |
Preço médio por m² para comprar casa na região do Porto ** | 2064€ |
** Números fornecidos pela Idealista
Documentos necessários
Geralmente, no caso de aluguer, são solicitados os seguintes documentos: documento de identificação, NIF (identidade fiscal), comprovativo de emprego, adiantamento (que pode variar de 2 a 6 meses) e, eventualmente, um fiador.
Já no caso de compra, além do documento de identificação (que também pode ser a autorização de residência), do NIF e comprovativo de emprego, deverá possuir a certidão de registo predial (utilizada para confirmar a legitimidade do proprietário e do comprador), a caderneta predial com a situação fiscal do imóvel (obtida nas Finanças), licença de habitação (que enuncia a finalidade do imóvel), e a ficha técnica da habitação, com a descrição do imóvel.
Morar no Porto: Preço da Alimentação
Em Portugal, encontrará grandes cadeias de supermercados como o Continente, o Pingo Doce, o Mini-Preço ou Lidl. Embora existam pequenas variações de preços entre eles, estas são, no global, mínimas, porque os produtos encontram-se tabelados a nível nacional. Estes são os preços médios dos produtos alimentares mais comuns:
Produtos | Preço médio (Out. 2020) |
---|---|
1 Lt de leite | 0,63€ |
1 dúzia de ovos | 1,75€ |
1 kg de arroz | 0,87€ |
1 kg de peito de frango | 5,23€ |
1 kg de carne de vaca | 9,88€ |
1 kg de maçãs | 1,70€ |
1 kg de batatas | 1,23€ |
1,5 L de água | 0,53€ |
1 garrafa de vinho | 4,00€ |
0,5 L de cerveja portuguesa | 1,14€ |
Dados fornecidos pela plataforma global Numbeo
Tenha em atenção o seguinte:
– O custo com alimentação no Porto é inferior ao das grandes cidades Europeias.
– As cadeias de supermercados aplicam muitos descontos semanais, pelo que compensa estar atento aos folhetos.
– Se quiser apertar os custos com supermercado, socorra-se das marcas brancas (ou seja, da marca própria do supermercado), que, numa grande parte dos produtos, apresentam a mesma qualidade que outras marcas mais caras.
– Em relação à carne, pode comprar em supermercados (que é o mais económico e o que a maioria das pessoas faz), ou pode comprar em talhos de confiança.
– O peixe mais barato também se encontra nos supermercados, mas não há nada que bata a qualidade (e a experiência) de comprar um bom robalo no Mercado de Matosinhos (todos os dias) ou em Angeiras (aos sábados de manhã).
Além dos supermercados referidos, existem outras opções interessantes para quem quer morar no Porto: as mercearias e os mercados biológicos.
Mercearias
Se, como eu, for adepto do comércio local, não se aflija: existem imensas mercearias no Porto (e em Portugal, de uma forma geral) onde pode comprar frutas, legumes, cereais, leguminosas, vinhos, pão fresco e produtos de limpeza. Geralmente são um pouco mais caros mas, na minha experiência, a qualidade dos produtos frescos é maior. Além de que, são óptimos para desenrascar, caso se veja inesperadamente sem um produto.
Mercados biológicos
Se dá preferência a produtos biológicos (eu também!), ficará feliz por saber que aos sábados de manhã se realiza um mercado biológico no Parque da Cidade. Existe também um supermercado espectacular (mas carote) onde pode comprar tudo o que possa imaginar, incluindo comida e detergentes a granel, chamado Maçaroca Viva. Há também uma rede espalhada por toda a cidade chamada Celeiro – pessoalmente não gosto porque acho muito cara, mas é um bom sítio para comprar suplementos, por exemplo.
Comer fora
É muito comum encontrar no Porto os chamados “menus de almoço”, que custam cerca de 7€, e incluem sopa, prato e bebida. São uma opção saudável e económica para pessoas que trabalham na cidade e não vivem à porta do trabalho. Os estudantes também se servem frequentemente deste tipo de oferta.
Já um jantar, por exemplo, num restaurante mediano, custa, em média, cerca de 15€ por pessoa, e uma cerveja artesanal entre 3€ a 5€. Os cocktails custam entre 5€ a 12€.
Saúde Pública em Portugal
O Sistema Nacional de Saúde Português (SNS) encontra-se globalmente bem classificado. Por exemplo, de acordo com o ranking anual do Euro Health Consumer Index, o SNS ocupava, em 2018, a 13.ª posição entre 35 serviços nacionais de saúde europeus.
Esta classificação baseia-se em indicadores como direitos e informação dos pacientes, acessibilidade, resultados, diversidade e abrangência dos serviços prestados, prevenção e produtos farmacêuticos.
Num estudo internacional divulgado pelo jornal britânico especializado em saúde, The Lancet, que analisou a evolução mundial no panorama da saúde desde o ano 2000, em 2017 Portugal encontrava-se entre os 22 melhores países do mundo no que respeita a saúde dos seus habitantes.
Também este ano Portugal surgiu em 22.º lugar entre 180 países do mundo, em relação ao desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes. Este ranking, criado pela OMS, pela UNICEF e pela The Lancet, pretende traduzir o estado de saúde infantil e de bem-estar, que mede as condições fundamentais para as crianças prosperarem.
Estrutura do SNS (Serviço Nacional de Saúde)
O acesso ao Serviço Nacional de Saúde Português é universal, ou seja, o Estado assegura o direito à protecção da saúde a todos os seus cidadãos. O SNS não é, no entanto, gratuito, mas os preços são reduzidos, o que o torna acessível à grande maioria da população.
O SNS é constituído por três grandes estruturas:
– Estabelecimentos hospitalares: grandes estruturas centralizadas que prestam cuidados de saúde diferenciados.
– Unidades locais de saúde: englobam todos os centros de saúde e hospitais localizados numa cidade ou região, num único recinto integrado, sendo responsáveis pela prestação de cuidados de saúde primários e diferenciados.
– Centros de saúde: responsáveis pela prestação de cuidados primários de saúde nos municípios de residência.
Se está a ponderar morar no Porto, saiba que a cidade é servida por dois grandes hospitais – Santo António e São João – e tem mais de 4000 centros de saúde na sua área metropolitana.
Custo do SNS
O acesso ao serviço Nacional de Saúde é universal mas está sujeito ao pagamento de taxas moderadoras. Os valores variam em função do tipo de cuidado prestado: consulta, urgência, exames complementares de diagnóstico e terapêutico. Para ficar com uma ideia:
Tipo de consulta / serviço | Preço da taxa moderadora (Out. 2020) |
---|---|
Consulta de medicina geral e família | 4,5€ |
Consulta de especialidade | 7€ |
Consulta no domicílio | 9€ |
Consulta médica sem a presença do utente | 2,5€ |
Serviço de urgência polivalente | 18€ |
Serviço de urgência médico – cirúrgica | 16€ |
Serviço de urgência básica | 14€ |
É aplicada a isenção de taxas moderadoras aos seguintes cidadãos: grávidas, crianças e jovens até aos 18 anos de idade, utentes com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, doadores de sangue, doadores de células, tecidos e órgãos, bombeiros, doentes transplantados, militares e ex-militares das Forças Armadas, jovens em situação de acolhimento temporário ou definitivo, requerentes de asilo e refugiados, utentes em situação de insuficiência económica e desempregados inscritos no centro de emprego com subsídio menor ou igual a 1,5 x IAS (653,64€) e seus dependentes.
Acesso a cuidados de saúde em Portugal para cidadãos da UE
De acordo com a legislação europeia, é concedida aos cidadãos da UE situação de igualdade face aos cidadãos nacionais para os ramos da segurança social e doença, caso estes residam num país-membro.
Assim, em Portugal, estes cidadãos, e familiares, deverão solicitar um documento portátil S1 na instituição competente do Estado-Membro de origem, e apresentá-lo Centro Distrital de Segurança Social da respectiva área de residência em Portugal. Depois, a Segurança Social, atribuirá um número de utente do Serviço Nacional de Saúde, que permitirá a esses cidadãos usufruírem integralmente dos serviços do SNS.
Acesso a cuidados de saúde em Portugal para cidadãos de países terceiros
Existem acordos bilaterais entre Portugal e outros países que garantem condições de reciprocidade e igualdade de tratamento em relação aos Portugueses, em situação de estada e de residência no nosso país (que abrangem respectivos familiares). Actualmente, estão em vigor acordos com Andorra, Brasil, Cabo Verde, Quebec, Marrocos e Tunísia.
Por exemplo, um cidadão brasileiro, beneficiário do INSS, deve requerer um PB4 (Certificado de Direito a Assistência Médica – CDAM) nos Núcleos Estaduais do Ministério de Saúde. Depois, na posse do documento, deverá ir ao centro de saúde da área de residência, cá, e inscrever-se no SNS Português.
SNS 24
Para uma situação de não emergência, aconselha-se a utilização da linha gratuita SNS 24, através do número 808 24 24 24, um centro de contacto diário que aconselha e encaminha os utentes para o local mais indicado. Se, depois da chamada, tiver de se dirigir ao centro da saúde, fica isento do pagamento da taxa moderadora.
Saúde Privada em Portugal
Portugal também oferece várias opções no que diz respeito a cuidados de saúde privados. Apesar da existência de um SNS com qualidade e acessível a toda a população, existem alguns benefícios nos cuidados privados, como a possibilidade de escolha de um médico de família e a maior rapidez no atendimento.
A saúde privada é assegurada por grandes grupos de hospitais e clínicas como a CUF, a Luz Saúde ou a Lusíadas. No entanto, encontram-se também consultórios particulares mais pequenos.
Seguros de saúde
A procura pelos seguros de saúde em Portugal tem vindo a crescer, embora não seja necessário ter um seguro de saúde para aceder a cuidados de saúde privados. Contudo, verificando-se uma preferência por este tipo de cuidados, torna-se lófico comprar um seguro de saúde porque o custo dos serviços privados, sem a comparticipação de um seguro, é elevado.
Existem diversos seguros de saúde, cujo valor depende da companhia de seguros (existem muitas, por exemplo Médis, Tranquilidade, Multicare, Allianz), do tipo de cobertura seleccionada e da idade do segurado.
Genericamente, uma pessoa com 25 anos pode pagar cerca de 10€ mensais por um seguro básico (que inclui comparticipação em determinadas cirurgias, internamentos e exames em ambiente hospitalar) a 60€ (que inclui comparticipação em caso de assistência ambulatória e doenças graves.
Mas uma pessoa com 40 já poderá pagar cerca de 13€ mensais por um seguro básico e 83€ por uma cobertura completa, e assim sucessivamente.
Estes não são valores exactos. Se está à procura de um seguro de saúde, recorra, por exemplo, a comparadores como compare o mercado ou o comparador que, através do fornecimento de dados básicos, lhe apresentarão as diversas opções.
Educação no Porto
À semelhança da saúde, em Portugal coexiste a oferta pública e privada em termos educativos.
Independentemente disto, o sistema de educação é obrigatório para todas as crianças a partir dos 6 anos, quando iniciam o 1º ano, até aos 18 anos, sensivelmente, com a conclusão do ensino secundário.
O ensino pré-escolar – infantário e creche – não é obrigatório. Existem infantários e creches públicos, privados ou geridos ou pertencentes a Instituições Particulares de Solidariedade Social. Os preços variam de acordo com o local e a região geográfica, mas conte gastar, em média, 150€ mensais.
Estrutura do Ensino Português
O sistema de ensino português divide-se, então, em 3 níveis: básico, secundário e superior.
Ensino básico:
– 1º ciclo: 1º ao 4º ano de escolaridade (ou seja, dos 6 aos 10 anos).
– 2º ciclo: 5º ao 6º ano de escolaridade (dos 11 aos 12 anos).
– 3º ciclo: 7º ao 9º de escolaridade (dos 13 aos 15 anos).
Ensino secundário:
O ensino secundário compreende um ciclo de três anos: 10º, 11º e 12º anos de escolaridade.
Neste nível, os alunos devem escolher se pretendem frequentar um curso científico-humanístico, vocacionado para o prosseguimento de estudos no ensino superior (ciências e tecnologias, ciências sócioeconómicas, línguas e humanidades e artes visuais), um curso profissional, um curso artístico e especializado ou um curso vocacional.
Ensino superior:
Depois da adesão ao Tratado de Bolonha, o ensino superior passou a estar, geralmente, dividido em três ciclos de estudo:
– Licenciatura, com a duração de três anos.
– Mestrado, com a duração de dois anos.
– Doutoramento, com duração entre três a quatro anos.
Ainda assim, tenha em atenção que nem todos os cursos aderiram ao Bolonha, pelo que têm estruturas diferentes, por exemplo, medicina.
Ensino Superior
A Universidade do Porto encontra-se no no 357.º lugar do ranking QS World University, destacando-se pela reputação académica e pelo número médio de citações por docente. O ranking tem ainda em consideração a reputação entre empregadores, a relação entre corpo docente e estudantes, os estudantes internacionais e os docentes internacionais.
Já no Ranking de Xangai, um dos mais conhecidos a nível mundial, mantém a sua posição no intervalo 301-400.
A internacionalização do ensino tem sido uma das prioridades dos dirigentes universitários. A Universidade do Porto é a segunda instituição do país que mais acolhe alunos estrangeiros.
No arranque do ano lectivo 2019/2020 a Universidade do Porto acolheu 5249 estudantes, provenientes de 93 países. Destes, 3801 (entre novos alunos ou já a estudar) eram alunos de grau (ou seja, a realizar um curso completo). O Brasil liderava o contingente das nacionalidades mais representadas, com 2866 estudantes, sendo seguido por Moçambique (114), Itália (107) e Cabo Verde (79).
Estes números espelham o sucesso da trajetória da UP que, em 2014, criou o Estatuto do Estudante Internacional (EEI), que regula o acesso à universidade para candidatos que não possuam nacionalidade portuguesa ou de outro Estado-Membro da UE.
O acesso é feito, então, através do Concurso Especial de Acesso e Ingresso para Estudantes Internacionais.
Para o efeito, os candidatos devem ser titulares de um diploma do ensino secundário português ou de habilitação equivalente ou ser titulares de uma qualificação que dê acesso ao ensino superior.
No caso dos cidadãos brasileiros, a UP aceita os resultados do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. O ENEM é também aceite noutras universidades da cidade do Porto, como a Universidade Lusófona.
Adicionalmente, devido à relação entre Portugal e os restantes estados da CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa), pode ser aplicada uma redução até 45% na propina desses estudantes.
Aos estudantes de grau somavam-se, ainda, 1546 estudantes de 52 nacionalidades já na Universidade para completar um período de estudos de seis ou doze meses, ao abrigo de programas como o Erasmus+ entre outros.
O Brasil continuava a ser o país mais representado (594), seguido da Espanha (210), Itália (177), Polónia (73) e Alemanha (68).
Morar no Porto: Transportes
A Área Metropolitana do Porto é servida por uma rede abrangente de transportes públicos.
Poderá utilizar os diferentes meios de transporte – autocarro (STCP), metro e os comboios da CP-Urbanos Porto – utilizando um único cartão. Poderá também comprar uma assinatura mensal, “o passe”, movimentando-se por toda a área, quantas vezes quiser, cuja relação qualidade / preço é muito vantajosa.
Tipo de Assinatura Mensal | Preço médio (2020) |
---|---|
Andante Municipal
Válido para viajar num conjunto de zonas pertencentes a um município |
30€ |
Andante Metropolitano
Válido para viajar em todas as linhas e operadores integrados no sistema intermodal Andante |
40€ |
Andante Família 3Z / Municipal
Assinatura mensal atribuída a cada membro do agregado familiar que permite o pagamento total do valor equivalente a 2 assinaturas Andante Municipal |
60€ |
Andante Família Metropolitano
Assinatura mensal atribuída a cada membro do agregado familiar que permite o pagamento total do valor equivalente a 2 assinaturas Andante Metropolitano |
80€ |
Morar no Porto: Segurança
De acordo com o Global Peace Index de 2020, Portugal ocupa a primeira posição no ranking de países mais seguros da UE. Globalmente, surge na terceira posição, a seguir à Islândia e à Nova Zelândia. De registar que, em 2014, ocupava a oitava posição, o que indica uma evolução significativa em matéria de segurança.
Consequentemente, o Porto é, sem sombra de dúvida, uma cidade segura, inclusive em zonas que possam não o aparentar (não julgar o livro pela capa!). A maioria dos crimes cometidos são pequenos roubos, fraudes e alguma criminalidade relacionada com o tráfico de droga.
Tenha em atenção que:
– Os crimes relacionados com o tráfico de droga são, hoje, em menor número, devido a uma política pioneira de descriminalização do consumo de droga, que é implementada desde os anos 2000.
– O porte de armas está sujeito a obtenção de uma licença, tradicionalmente para caça, logo, a violência que envolve armas de fogo, não sendo inexistente, é muito rara.
Em caso de emergência – assalto ou roubo, por exemplo – recorra ao número 112 (a chamada é gratuita).
Morar no Porto: Trabalho
O desenvolvimento do distrito do Porto sempre se ancorou numa forte tradição comercial, industrial e exportadora. Hoje, não é diferente.
Ainda assim, o mercado de trabalho no Porto, assim como em Portugal, não é fácil. Divide-se, sobretudo, em funções mais especializadas, para as quais é necessário ter concluído o ensino superior, e funções mais genéricas, que não requerem diploma. Estas últimas são, tradicionalmente, menos bem pagas, e atente que o salário mínimo em Portugal encontra-se nos 635€.
Os salários em Portugal não são muito elevados, mas o custo baixo de uma óptima qualidade de vida e os bons índices de segurança frequentemente compensam esse facto.
Contudo, se deseja morar no Porto, não desanime. Se tiver formação em áreas como marketing, contabilidade, finanças, engenharia e tecnologias de informação, é uma questão de persistência.
Mais, a cidade tem vindo a assistir a um boom de start-ups (por exemplo, Blip, Farfetch, Talkdesk, Infraspeak, Huub) e comunidades profissionais independentes, sobretudo nas áreas da tecnologia e das indústrias criativas, o que é uma oportunidade para qualquer estrangeiro à procura de emprego em Portugal.
Quando chegar a Portugal, não estará sozinho. Existem muitos espaços de coworking que potenciam a interacção entre todo o tipo de profissionais. São espaços privilegiados para conhecer novas pessoas, contactar com ideias diferentes e aumentar a sua rede de contactos. Um bom ponto de partida é o nosso artigo sobre os melhores espaços de coworking na cidade do Porto.
Além de tudo isto, é importante que domine outros idiomas, especialmente o inglês.
Impacto do Covid 19 no mercado de trabalho no Norte de Portugal
Não posso encerrar esta secção sem fazer um apontamento aos impactos negativos da crise económica gerada pela pandemia COVID-19, que já se começam a manifestar. De acordo com o INE, a taxa de desemprego ultrapassou, em Agosto de 2020, a barreira dos 8%, o que já não acontecia desde Novembro de 2017.
Concretamente na região Norte, o número de desempregados aumentou em 23,4% (29.600 pessoas), em Maio de 2020, relativamente ao mesmo mês de 2019, e as exportações caíram em Abril 42,3%.
Na área metropolitana do Porto, os concelhos mais afectados foram aqueles com estruturas económicas mais expostas ao exterior: por exemplo, o desemprego cresceu 90,4% em São João da Madeira, e 73,5% em Oliveira de Azeméis.
Já nas economias onde o emprego industrial tem menor importância, e se encontram organizações mais flexíveis com modelos empresariais mais adaptados ao teletrabalho, observaram-se aumentos menos significativos.
No concelho de Vila Nova de Gaia, o crescimento do desemprego registado foi de 11,9%, no Porto de 14,9% e em Matosinhos de 19%. Em Espinho, 7,3%.
Espera-se (e eu também) que, com a resolução positiva da pandemia, a região venha a recuperar postos de trabalho rapidamente.
Morar no Porto para famílias com crianças
Morar no Porto é uma opção muito atractiva para famílias com crianças. Como já referimos neste artigo, Portugal possui um bom sistema de educação e um serviço de saúde de qualidade.
Além disto, o Porto é uma cidade segura, com uma boa rede de transportes e com muitos pontos de interesse para crianças, desde museus para famílias a jardins zoológicos. Eu sempre recomendo que visitem o Estádio do Dragão e o World of Discoveries, dois espaços que os mais pequenos adoram!
Somos o terceiro país mais envelhecido da Europa, mas tal não reflecte definitivamente na atenção que prestamos aos mais pequenos. Espreite também este nosso artigo, onde lhe provamos porque razão o Porto é tão adequado para as crianças.
Morar no Porto: Lazer
A cidade do Porto tem muitos pontos de interesse e uma vida cultural diversificada.
Além dos cinemas comerciais, localizados em shoppings, encontrará na cidade locais de exibição com um pendor mais independente, designadamente o meu muito amado Cinema Trindade (no centro) ou o Cinema do Campo Alegre.
Um dos grandes pontos de interesse cultural, o Teatro Nacional de São João, tem sempre uma agenda preenchida e interessante, assim como o Teatro Municipal do Porto (quer no Rivoli, quer no Campo Alegre).
No Porto encontra também a Fundação de Serralves, que alberga o maior museu de arte contemporânea do país, mas existem inúmeras galerias de arte e museus que valem bem uma visita.
Se é uma pessoa que gosta de usufruir de espaços exteriores, encontrará aqui, também, uma oferta vasta, entre jardins e parques espalhados por toda a cidade.