Quem visita o Porto inevitavelmente leva uma garrafa de vinho do Porto para impressionar lá em casa. Mas como escolher entre tantas variedades? Que tipo de vinho vai de encontro ao nosso gosto particular? E todas aquelas designações no rótulo: vintage, LBV, datas, anos… o que significam afinal?
A melhor forma de descobrir as respostas a estas perguntas é participando numa prova virtual de vinhos do Porto, um divertido evento online de 1h30 onde irá aprender todas as bases do vinho do Porto. Dada a sua natureza interactiva, é uma óptima actividade para grupos de amigos ou para equipas de trabalho.
Antes de começar o artigo, gostava de dizer que, para mim, o melhor sítio para aprender sobre vinho do Porto é nas quintas do Douro Vinhateiro ou então numa das caves de vinho do Porto, em Gaia. Se for mesmo apaixonado pelo assunto e quiser descobrir pequenos produtores fantásticos, considere marcar um dos nossos tours vínicos no Douro, a região onde estes fantásticos vinhos são produzidos.
Introdução ao vinho do Porto
O vinho do Porto pode ser Rosé, Branco, Ruby ou Tawny, com diferentes características em termos de cores, aromas e sabores. Cada uma dessas categorias pode depois ser classificada como Jovem, Reserva ou Superior, de acordo com a sua idade e qualidade.
Vinho do Porto Ruby
Os Rubys são os vinhos do Porto mais correntes e devem a sua cor escura ao envelhecimento em cubas de aço inoxidável, que previnem o processo de oxidação. Assim, preservam as características de um vinho jovem, mantendo a cor original.
Os Rubys superiores podem ser Vintage ou LBV, que significa Late Bottled Vintage, ou, numa tradução livre, “Vintage engarrafados posteriormente”.
Os Vintage aparecem em anos de colheitas excepcionais. Permanecem em cubas gigantes conhecidas por balseiros, e, devido ao tamanho das mesmas, a maior parte do vinho nunca está em contacto com a madeira. Quando o processo de envelhecimento acaba (geralmente ao fim de 2 anos), o vinho é engarrafado sem ser filtrado, criando um depósito natural e tendo a capacidade de envelhecer na garrafa.
Quando as companhias vinícolas acreditam estar perante um Vintage, porque a colheita desse ano foi excepcional, submetem-no à avaliação do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto. Portanto, uma garrafa com a denominação Vintage no rótulo tem obrigatoriamente a referência ao ano em que foi produzido.
Os LBV têm um processo de envelhecimento mais demorado, geralmente entre 5 a 6 anos, e daí a sua designação “Vintage engarrafados posteriormente“.
Os Vintage, devido à sua excepcionalidade e preço, pedem uma ocasião especial para serem apreciados. Alguns especialistas sugerem frutos secos, queijos intensos e chocolate negro para acompanhar um Vintage, mas eu prefiro tê-lo como actor único na minha mesa 🙂
Se apreciam vinhos do Porto mais impetuosos, sugiro que experimentem vinhos do Porto Vintage ou LBV (dependendo do vosso orçamento!).
Vinho do Porto Tawny
Avancemos para os Tawnys! Estes vinhos envelhecem em barris de madeira usados, o que confere uma tonalidade âmbar e um travo a especiarias muito próprio. O facto de os barris serem usados implica que os sabores e aromas já impregnados na madeira serão transmitidos ao vinho; e, por serem mais pequenos, todo o vinho estará em contacto com a madeira, pelo que o processo de oxidação é acelerado. Tawnys são, assim, vinhos complexos de constante surpresa no palato.
Os Tawnys superiores têm uma referência à idade: 10, 20 ou 40 anos. Isso não significa que o vinho tem efectivamente 10 anos de idade, mas que possui as características de um vinho dessa idade.
Geralmente, quanto mais antigo melhor, por isso aconselho a prova de um vinho acima dos 20 anos. E, devido ao exotismo dos sabores, é difícil aconselhar o que deve acompanhar um Tawny.
A minha sugestão é que provem um antes de o comprar, e decidam qual a vossa combinação preferida – geralmente, sobremesas de ovo com frutos secos nunca falham 😉