A Sé do Porto é um dos primeiros monumentos que nos vem à cabeça quando pensamos nas melhores coisas para fazer no Porto. Por isso, decidi escrever este guia sobre a Sé do Porto na esperança de que vos seja útil.
Se não tiverem tempo de ler o artigo todo, fiquem a saber que a entrada custa 3€ e que podem adquirir o vosso bilhete online para a catedral do Porto, poupando assim imenso tempo de espera.
Informações úteis sobre a Sé do Porto
Horários
A catedral do Porto está aberta para visitas durante o seguinte horário:
• Verão (abril a outubro): 9h – 18h30
• Inverno (novembro a março): 9h – 17h30
• Dias de encerramento: Natal e Páscoa
Preço dos bilhetes
Actualmente, o bilhete para a catedral do Porto é de 3€ e pode visitar a igreja em si, os claustros, o museu e a torre. Também pode adquirir o seu bilhete online para a catedral do Porto, poupando assim imenso tempo de espera nas filas de aquisição de bilhete.
Posso assistir à missa?
Pode assistir à missa dominical e ferial todos os dias às 11h.
Qual o vestuário apropriado para a sé do Porto?
Não existe um código de vestuário específico para visitar a sé do Porto ou para assistir à missa, mas aplicam-se algumas regras de senso comum: ninguém entra de calções curtos e chinelos nos monumentos religiosos mais importantes de qualquer cidade em todo o mundo, e no Porto não é excepção!
No entanto, é perfeitamente aceitável mostrar os ombros, braços e pernas com um pouco de modéstia.
A história da Sé do Porto
(preparem-se para um banho de história)
É impossível dissociar a Sé do Porto da história da cidade.
No início do século XII a diocese do Porto estava unida à diocese de Braga, uma cidade mais a norte. A chegada do poderoso bispo D. Hugo, vindo de França, viria a mudar a situação. A rainha D. Teresa, mãe do futuro rei de Portugal D. Afonso Henriques, doou o burgo portucalense à diocese bem como uma elevada soma monetária, e com esses fundos D. Hugo mandou erigir uma muralha defensiva e a construção da catedral do Porto no local de uma antiga ermida. Não é por acaso que, aqui há uns anos, encontraram, debaixo da escadaria principal, uns túmulos datados do século IX.
A construção da Sé do Porto continuou com o patrocínio de D. Afonso Henriques. D. Afonso, nessa altura apenas rei do condado portucalense, sabia que teria de agradar à Igreja Católica para conseguir criar o reino de Portugal (nessa altura, a Igreja era a única entidade capaz de outorgar a criação de novos reinos). Por isso, procedeu ao financiamento de várias catedrais e igrejas em Portugal, do qual o exemplo mais notável é a Sé do Porto.
A Sé do Porto haveria de sofrer várias intervenções ao longo do século, consoante a necessidade de renovação e os estilos arquitectónicos em voga em cada época.
Durante o século XIV, durante o período gótico, foi construído o famoso claustro gótico, constituído por dezasseis arcos suportados por centenas de colunas decoradas com motivos vegetais.
No século XIV, durante o período gótico, o Porto já era um importante centro comercial, dada a sua localização estratégica nas proximidades do rio Douro. No entanto, apesar de suas imponentes muralhas medievais da cidade e da opulência de suas igrejas, o Porto só conseguiu verdadeiramente alcançar o prestígio de outras cidades europeias quando adquiriu as relíquias dos santos que possuía.
Felizmente, em 1492, as relíquias de São Pantaleão chegaram à cidade (existem algumas lendas obscuras sobre essa chegada, que teremos o prazer de partilhar consigo num tour privado) e foram colocadas na Sé do Porto, tendo esse santo sido aclamado como santo padroeiro de a cidade.
No entanto, o atual santo padroeiro da cidade não é nem São Pantaleão, nem São João (ao contrário do que muitas pessoas pensam) mas sim… Nossa Senhora da Vandoma. Quem diria que seria uma mulher a comandar as hostes cá no Porto?!
Vocês podem ver a estátua dela dentro da Sé do Porto, do lado esquerdo, mesmo ao lado de um lindíssimo altar de prata (falarei dele noutra altura, dá panos para mangas!).
No século XVIII a Sé foi profundamente alterada, com o advento da arquitetura barroca, pelas mãos do arquiteto italiano Nicolau Nasoni. Este arquiteto chega ao Porto em 1725 para pintar alguns frescos na sacristia da catedral acabando por ficar a viver na cidade, tendo um impacto profundo na estética da cidade. Também da sua autoria são os azulejos que embelezam o claustro gótico da Sé do Porto bem como a sua galilé lateral, construída em 1736.
Já nos anos 30 do século XX a zona da Sé (o nome que damos ao bairro circundante à própria catedral) sofre uma alteração profundíssima às mãos da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, rasgando o adro que nos permite ver a Sé do Porto mas também destruindo grande parte dos edifícios que lá se encontrava.
Pelo caminho descobriram algumas surpresas, mas isso são histórias e segredos que ficam para contar durante os nossos tours privados no Porto 🙂
Estilos arquitetónicos da Sé do Porto
A sé do Porto combina vários estilos arquitetônicos diferentes, principalmente o estilo românico (século XII), gótico (século XIV) e barroco (século XVIII). É extraordinário pensar que estamos a observar um edifício que não só cruzou a história de milhares de pessoas mas que é, em si mesmo, um cruzamento da história e arquitetura de Portugal, não é?
Estas são as estilos arquitectónicos mais relevantes:
• Românico: a forma geométrica desta catedral fortificada, que é muito evidente na enorme espessura das suas paredes, com poucas – e relativamente pequenas – aberturas.
• Gótico: o claustro gótico começou a ser construído no final do século XIV, durante o reinado do rei João I, de quem falamos durante os nossos tours judaicos no Porto. Também durante essa altura foi acrescentada a capela funerária gótica do cavaleiro João Gordo.
• Barroco: as intervenções arquitectónicas mais importantes da sé do Porto ocorreram durante o século XVIII, quando o arquitecto italiano Nicolau Nasoni chega ao Porto.
A sua mestria transformou a nossa catedral através dos frescos que pintou na sacristia e nos janelões à volta do altar principal e dos belos azulejos que decoram não apenas o claustro gótico mas também a galeria lateral que foi adicionada durante esse mesmo período. Além disso, o magnífico retábulo de prata colocado no lado esquerdo é uma obra-prima barroca que encerra alguns dos segredos mais fabulosos da catedral.