O norte de Portugal é sempre uma surpresa agradável para quem o visita. Combina paisagens verdes de cortar a respiração com pequenas cidades e aldeias ancestrais. Além de mais, a sua gente está entre a mais sincera, genuína e despretensiosa que poderá encontrar.
Há muitos locais para ver e atividades para fazer no norte de Portugal, mas deixo-lhe só algumas sugestões inspiradoras para as suas próximas férias.
Norte de Portugal: as melhores atividades
1. Passear em Passadiços
Os passadiços são uma forma excelente e segura de desfrutar das belas paisagens que o norte de Portugal tem para oferecer.
Passadiços do Paiva
Os Passadiços do Paiva são uma excelente uma opção para os amantes de trilhos na natureza mas que não gostam de grandes esforços físicos.
Localizados no concelho de Arouca (a uma hora do Porto), nas margens do rio Paiva, proporcionam um passeio de 8 km, rodeado de paisagens naturais de beleza ímpar. O percurso apresenta alguns desníveis, mas não perca a coragem! Tire o dia para relaxar, com amigos ou família, tranquilamente, e nem dará pela dificuldade. Não se esqueça de levar roupa de banho, e um farnel, para desfrutar das praias fluviais que encontrará pelo caminho.
Se estiver demasiado cansado para fazer ida e volta, apanhe um táxi no final dos 8 km e regresse ao ponto de partida. Pode começar na Espiunca ou no Areinho, como preferir.
Duração aconselhada: Os passadiços do Paiva fazem-se em duas horas mas, se puder, prolongue a sua estadia em Arouca. O centro da vila é muito agradável, e tem vários pontos de interesse (Convento de Santa Mafalda e a panorâmica da Senhora da Mó, por exemplo). Não fica a dever nada a outras vilas mais conhecidas do norte de Portugal. Assim, recomendo que fique por um ou dois dias nesta região.
Dica: A doçaria conventual de Arouca é também de renome, especialmente pelo distintivo pão-de-ló, húmido, o único no país comercializado em fatias.
Como chegar lá: alugue um carro através do AutoEurope até Espiunca (40°59’34.67″N 8°12’41.19″W) ou até ao Areinho (40°57’9.68″N 8°10’33.05″W).
Passadiço Marítimo Espinho-Vila Nova de Gaia
As praias do norte de Portugal não são necessariamente as mais tentadoras, devido à água fria e à nortada. Contudo, este percurso pedestre, que liga Espinho à praia dos Lavradores, em Gaia, permite-lhe desfrutar, da nossa paisagem litoral.
Este passadiço cobre uma distância de 15 km, mas não oferece qualquer dificuldade. Pelo caminho encontrará vários locais de interesse, como a Capela do Senhor da Pedra, em Miramar, ou a vila piscatória da Aguda. Concilie uma visita ao Porto com este passadiço.
Duração aconselhada: uma tarde, que pode facilmente esticar-se para um dia se decidir almoçar à beira mar e tomar uns banhos de sol.
Como chegar lá: há uma linha de comboio que liga o Porto a Espinho. Apanhe o comboio em direcção a Aveiro e saia em Espinho. Custa 1,80€ e só demora 35 minutos.
Ecovia do Vez: até Sistelo, o “Tibete” Português
Em Arcos de Valdevez, vá ao encontro de um longo passadiço de 32 quilómetros, que termina na aldeia medieval de Sistelo, o “pequeno Tibete Português”. Os socalcos verdes de Sistelo são impressionantes, e, em 2017, foram decretados monumento nacional.
Embora seja uma das atividades mais interessantes no norte de Portugal, compreendo que a sua extensão possa assustar um bocadinho no início. Talvez por isso, o próprio percurso esteja já dividido em três etapas:
- Jolda de São Paio – Arcos de Valdevez: cerca 2h30.
- Arcos de Valdevez – Vilela: cerca 1h50.
- Vilela – Sistelo: cerca 2h.
Duração aconselhada: Portanto, faça da Ecovia um plano de fim-de-semana. Dedique um dia à primeira etapa da Ecovia do Vez, e aproveite também para explorar Arcos de Valdevez. É uma típica vila minhota, ligada ao momento de fundação que, feliz ou infelizmente, não aparece nos tradicionais roteiros turísticos.
No dia seguinte, pela manhã, prossiga em direcção a Sistelo. No final, partilhe um piquenique num cenário idílico.
Como chegar lá: existem transportes para a Ecovia do Vez a partir de Arcos de Valdevez, sujeitos a reserva. Existe, igualmente, um transfer directo do Aeroporto Francisco Sá-Carneiro no Porto para Arcos de Valdevez, embora seja mais simples ir de carro. Pode alugar um no AutoEurope.
2. Visite o Gerês
O Parque Nacional da Peneda-Gerês é, indiscutivelmente, um dos mais conhecidos do nosso país. Localizado no norte de Portugal, é uma escolha segura para escapar ao ritmo frenético da cidade e para contemplar paisagens naturais deslumbrantes.
Aqui, poderá percorrer variadíssimos percursos a pé, entre lagoas, cascatas e uma imensidão de flora inacreditável. Se for mais aventureiro, poderá, também, praticar vários desportos de ar livre, como o ciclismo, o canyoning, ou deslizar pelas águas de kayak.
Duração aconselhada: Explorar os segredos do Gerês na sua totalidade requer vários dias, o que o torna um local ideal para um fim-de-semana prolongado, de três ou quatro dias, com família e amigos. Encontrará alojamentos de diversos tipos, por isso, tudo depende da estadia que procura.
Contudo, se tem pouco tempo, aconselho algumas excursões diárias a partir do Porto que condensam algumas atividades. As opções são várias, mas poderá, por exemplo, desbravar o Gerês a partir de um jipe e de um kayak ou, simplesmente, dar uns mergulhos em boa companhia.
Como chegar lá: o Gerês é daquelas regiões do norte de Portugal que precisa mesmo de ser explorado de carro. Pode alugar um no AutoEurope.
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3. Visite Viana, Ponte de Lima e Valença
A seguir ao Porto, Guimarães e Braga são as cidades mais populares do norte de Portugal. Com justiça, atenção. Nós organizamos, inclusivamente, tours nestas cidades, se estiver interessado.
Dito isto, se deseja realmente aventurar-se na região, aconselho uma espécie de “road-trip” um pouco mais a norte: Viana do Castelo, Ponte de Lima e Valença.
Viana do Castelo
Localizada à beira-mar, na foz do rio Lima, pode ser observada a partir do monte de Santa Luzia, que alberga a impressionante Basílica do Sagrado Coração de Jesus. É uma vista extraordinária.
Viana tem uma ligação especial com o mar, e uma das romarias mais importantes do país é, precisamente, a da Nossa Senhora da Agonia, padroeira dos pescadores. Aqui, encontrará, também o navio Gil Eanes, construído nos estalajadeiros da cidade, para apoiar a pesca do bacalhau. É, agora, uma memória das tradições marítimas de Viana, que são também as Portuguesas, no fundo.
Duração aconselhada: “Perca” pelo menos um dia em Viana do Castelo!
Dica: quando for a Viana do Castelo não se esqueça de provar as bolas de Berlim do Zé Natário, porque são de comer e chorar por (muitas) mais.
Como chegar lá: não existe um comboio directo entre o Porto e Viana do Castelo. Sugiro-lhe que alugue um carro no AutoEurope, se não tiver viatura própria.
Ponte de Lima
Subindo o Rio Lima, chegará a Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal. Pessoalmente, recordo sempre Ponte de Lima como um dos locais mais bonitos do nosso país. O centro histórico é encantador, a ponte medieval icónica, e uma caminhada à beira-rio, ou um copo do reputado vinho verde numa esplanada, é mais que suficiente para restabelecer energias.
Duração aconselhada: Ponte de Lima vê-se bem num único dia, mas é uma vila tão bonita que é o cenário ideal para um fim de semana romântico.
Dica: Na margem direita do Lima, junto à Ponte Romana, visite o Parque Temático do Arnado. É uma visita pela história da arte dos jardins, com um exemplo romano, labiríntico renascentista, barroco e de estufa.
Como chegar lá: a forma mais acessível é o aluguer de um carro através do AutoEurope, por exemplo.
Valença
Finalmente, Valença. Honestamente, esta cidade fortificada, na fronteira com Espanha, é, possivelmente, a minha favorita na região norte (excluindo o Porto).
Localizada no topo da colina, as muralhas são compostas por dois polígonos, o que torna a fortificação especialmente impressionante. A vista norte, sobre o rio Minho, a ponte rodoferroviária (desenhada por Gustave Eiffel), e a cidade espanhola de Tui, é inesquecível.
A cidadela, no interior, está particularmente bem conservada, e repleta de restaurantes e lojas de artesanato que mantêm os seus visitantes entretidos durante horas. Além disto, é um ponto de transição por excelência, especialmente pelos peregrinos a caminho de Santiago Compostela.
É este movimento fronteiriço que faz a sua magia e a tornam, na minha opinião, uma das cidades mais bonitas no norte de Portugal.
Duração aconselhada: Valença é pequenina, por isso pode vê-la numa manhã e aproveitar para ver outras localidades à volta, nomeadamente Tui, já na margem espanhola.
Dica: “Em Valença o bacalhau é rei”, e é mesmo. Delicie-se com um prato de bacalhau à São Teotónio (primeiro santo Português, natural de Valença), frito, depois gratinado no forno com cebolada, maionese, e puré de batata a acompanhar.
Como chegar lá: alugue um automóvel através do AutoEurope.
4. Deslumbre-se no Douro
Já falámos imenso sobre o Douro Vinhateiro, aqui. Pudera! Os longos socalcos, cobertos de vinhas, e serpenteados pelo Douro, são imagem postal do norte de Portugal. Seria impossível escrever este artigo sem, no mínimo, fazer uma menção honrosa a esta região maravilhosa.
Duração aconselhada: Há muitas atividades para fazer no Douro. Contudo, para um primeiro contacto com a região, aconselho as seguintes: os cruzeiros no rio e a prova de vinhos numa quinta. Aliás, pode aliar ambas, e deixar-se ficar um par de dias na região.
Cruzeiros no rio
Os cruzeiros no Douro possibilitam uma visão global do vale mais conhecido do norte de Portugal. Existem diferentes tipos de cruzeiros, por isso, tudo depende do tipo de viagem que está à procura.
Pode iniciar no Porto, optando por um de longa duração, que o conduza diretamente à região do Douro. Existem bilhetes para o cruzeiro Porto – Régua, mas também bilhetes para o cruzeiro Porto – Pinhão.
Também pode optar por um cruzeiro de curta duração, com início numa das pequenas cidades da região (Pinhão ou Régua), e alternar, com outras atividades, de modo mais autónomo. Nesse caso, pode fazer um cruzeiro de 2h no rio Douro ou, se preferir um passeio mais curto, faça o cruzeiro de 1h.
Se quiser informações mais detalhadas, leia o nosso artigo sobre os melhores cruzeiros para fazer no rio Douro.
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Prova de vinhos
O Porto é conhecido pelo seu famoso vinho do Porto, e é precisamente nesta zona que ele é produzido. Por isso, se estiver interessado em conhecer o local de origem do Porto, bem como outros vinhos, recomendo vivamente uma visita a algumas das melhores quintas da região.
Mais, passe a noite numa das quintas, e restabelece energias num dos cenários mais românticos do norte de Portugal.
Dica: fique três dias no Douro e aproveite um deles para visitar o próximo ponto na minha lista, localizado a hora e meia de carro.
5. Visite o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa
O Vale do Côa é um local único no mundo, pois apresenta manifestações artísticas de diversos períodos da história do planeta, incluindo a Pré-História e a Idade do Ferro. De facto, encontra-se aqui o conjunto mais importante de gravuras do Paleolítico, executadas há cerca de 25.000 anos. É um dos locais mais especiais do norte de Portugal.
O Museu desenhado por Siza Vieira, perfeitamente enquadrado na paisagem, funciona como uma espécie de introdução à arte rupestre dos vales, o “verdadeiro museu”.
A entrada no Museu custa 6€ e as visitas guiadas ao vale custam 16€. No entanto, é a melhor forma de obter uma explicação completa e enquadrada daquilo que verá. Se tiver de excluir uma das opções, faça somente a visita guiada. É uma atividade tão educativa quanto aprazível.
Como chegar lá: existem autocarros de longa distância para Vila Nova de Foz Côa. Contudo, a solução mais simples será o carro. Pode alugar um no AutoEurope.
6. Fim-de-semana na Ria de Aveiro
Aveiro é uma pequena cidade, que deve a sua fama veneziana aos canais que a atravessam. Uma das atividades mais populares é, efectivamente, uma volta no Moliceiro, o barco tradicional Aveirense. O centro histórico merece, igualmente uma incursão tranquila a pé, especialmente pela presença de Arte Nova ao virar de cada esquina.
Duração aconselhada: Não é necessária mais que uma tarde para se familiarizar com esta cidade, que inicia a transição entre norte de Portugal e o centro. Ainda assim, recomendo que passe a noite e rume, no dia seguinte, a uma pequena vila costeira, a 20 minutos, chamada Costa Nova.
Se tiver pouco tempo, pode simplesmente fazer um tour de meio dia em Aveiro e Costa Nova, que assim aproveita o seu dia ao máximo.
Confesso que tenho um fraquinho pela Costa Nova, mas é justificado: imagine uma avenida, pontuada por palmeiras, com casinhas de madeira às riscas coloridas e brancas, e o perfume omnipresente de mar. Não tenho razão?
Rodeado de um lado pelo Estuário, pode percorrer quilómetros de bicicleta ou deambular de gelado na mão. Já se atravessar as casas, encontra o Oceano Atlântico. Não tem de fazer praia: pode, simplesmente, dar uma longa caminhada em direcção a sul, num passadiço construído para o efeito, passando pelas dunas. Se gosta de desportos náuticos, saiba que este bocadinho é muito popular entre surfistas, e, na ria, poderá praticar windsurf ou sair de barco.
Dica: se viajar com crianças, saiba que existem vários parques infantis na zona e, até, um local de mini golf.
Como chegar lá: a opção mais económica e ambientalmente responsável é apanhar o comboio na estação de São Bento, no Porto. O bilhete custa 3,55€ e a viagem dura cerca de 1h15.
7. Aproveite as Águas Termais de Vidago
O norte de Portugal é rico em águas termais mas poucas tão reputadas como Vidago. No século XIX, as termas de Vidago eram as preferidas da corte portuguesa e, hoje, o hotel das termas, o Palace de Vidago, impõe-se na paisagem, grandioso e elegante, fazendo jus à época da sua criação.
O luxuoso espaço termal, integrado no complexo, foi projectado por Álvaro Siza Vieira, e serve-se das águas de Vidago, recomendadas para problemas digestivos, alergias, asma e enxaquecas.
Rodeado por hectares de pinhos, cedros e azevinhos, o espaço projecta uma aura de belle-époque inigualável. É, sem dúvida, uma opção a ter em conta para quem procura uma experiência digna de realeza.
Dito isto, o spa termal pode ser frequentado por qualquer um (sujeito a reserva), pelo que, para carteiras mais pequenas, uma estadia em Chaves (a poucos quilómetros), com uma visita a Vidago, é um programa de fim-de-semana viável e interessante.
Duração aconselhada: Chaves é uma cidade pequena, mas com vários pontos de interesse, que incluem a ponte romana, os vestígios arqueológicos das termas romanas de Aquae Fluviae, ou o moderno Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, também ele projectado por Siza Vieira. Nesse sentido, recomende que passe um fim de semana lá.
Dica: Não se esqueça de provar o famoso pastel de Chaves, um folhado em forma de meia-lua, recheado com um preparado à base de carne de vitela picada.
Como chegar lá: não existem comboios para Chaves ou Vidago. A forma mais simples será o aluguer de um carro através de serviços como o AutoEurope.